Por Natan Costa Rodrigues
1.
Introdução
A orientação no
espaço é própria ao andar[1]. Não
há caminhada sem uma estrada ou um destino. Se você está caminhando pela rua, o
que é que te orienta?[2]
Primeiro, os seus olhos; mas a rua diante de você, ela mesma, sua forma
limitada pelo meio-fio, lhe indica uma direção e estabelece os limites da sua jornada;
você, por exemplo, não pode chegar ao seu destino, atravessando os quintais
alheios, ou subindo aos telhados.
Um outro
exemplo: se você estiver no mar alto ou então em uma pequena baía, o que é que
vai te guiar? Claro que os seus olhos, mas eles não lhe bastarão. As pessoas se
perdem facilmente quando deixadas a si mesmas. Estando no alto mar, uma bússola
será de extrema necessidade, ela lhe firmará os pontos cardeais e junto com os elementos
da paisagem já conhecida (uma ponta de mangue ou um rio que se abre, uma
elevação de areia ao longe) lhe dará uma direção precisa do destino.
Estou a dizer o
seguinte: em todo lugar e em todo tempo, precisamos de orientação, no sentido
de saber o lugar em que estamos, para onde iremos e ainda o caminho a seguir. Eis
a questão central: na vida e no mundo, o que nos serve de guia? Um
cristão facilmente responde que é a Bíblia, mas a escritura, assim como uma
bússola, deve ser entendida e compreendida para ser utilizada.
Aliás, na Bíblia encontramos a história de um funcionário etíope que, lendo as escrituras não divisava o seu sentido. “Entendes tu o que lês?” perguntou-lhe Felipe, o Evangelista. O etíope respondeu: “Como poderei entender, se alguém não me ensinar?”[3]. Assim, o fato de termos a Bíblia conosco, não implica a automática incorporação dos seus ensinos em nosso ser. É preciso que haja uma explicitação dessas coordenadas bíblicas que devem nos dirigir.