terça-feira, 12 de março de 2024

Comentário da Lição 10-EBD-Revista de Adultos-1º Trimestre, 10/03/24

 

Por Israel Rodrigues

 

A CEIA DO SENHOR- A SEGUNDA ORDENANÇA

 


 

TEXTO ÁUREO

Porque todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.

1 Coríntios 11:26

VERDADE PRÁTICA

A Ceia do Senhor, como uma ordenança, celebra a comunhão do crente com o Senhor ressuscitado.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

1 Co 11.17-34

OBJETIVOS

I.                    Apresentar a natureza da Ceia do Senhor na Tradição Cristã;

II.                 Mostrar o propósito da Ceia do Senhor;

III.              Refletir a respeito do modo de celebração da Ceia do Senhor.

INTRODUÇÃO

Nesta lição, abordaremos o tema: A Ceia do Senhor. Esta é a segunda ordenança dada pelo nosso Mestre pouco antes de Seu sacrifício. Nesta breve apresentação, responderemos às seguintes perguntas: O pão e o vinho simbolizam o corpo de Cristo, ou se tornam o corpo de Cristo durante a Ceia? Qual é o propósito da Ceia do Senhor? Quem está apto para participar? Acompanhe-nos.

I – A NATUREZA DA CEIA DO SENHOR NA TRADIÇÃO

Este primeiro tópico apresenta três aspectos da natureza da Ceia do Senhor na tradição cristã. Em primeiro lugar, na tradição romana. Com base nos textos de Lucas 22.19,20, a tradição romana entende que os elementos, pão e vinho, no ato da celebração da Ceia, convertem-se no corpo e sangue de Cristo. Esse entendimento recebe o nome de transubstanciação. Essa palavra tem origem no latim, “Transubstantiatio.onis”, ela sugere a troca de uma substância por outra, no caso, a transformação do pão e do vinho no corpo e sangue de Cristo.

Assim, a Eucaristia (Ceia) para os católicos passa a ser um sacramento, nos moldes do batismo, também confere graça salvífica para quem dele participa. Pois bem. A doutrina da transubstanciação é repelida a partir do próprio texto de Lucas 22.19,20, uma vez que foi Jesus que tomou esses elementos, deu graças, partiu e deu aos seus discípulos, quando ainda estava entre eles, o que aponta para um símbolo, para um memorial (1Co 11. 25,26).

Assim, a Eucaristia (Ceia) para os católicos passa a ser um sacramento, nos moldes do batismo, também confere graça salvífica para quem dele participa. Pois bem. A doutrina da transubstanciação é repelida a partir do próprio texto de Lucas 22. 19,20, uma vez que foi Jesus que tomou esses elementos deu graças, partiu e deu aos seus discípulos, quando ainda estava entre eles, o que aponta para um símbolo, para um memorial (1Co 11. 25,26).

Na tradição protestante, segundo esse entendimento, os elementos da Ceia, pão e vinho, não se tornam no corpo de Cristo, mas coexistem de forma simultânea com o corpo e o sangue de Cristo. A essa teoria, chamamos de 'consubstanciação'. O prefixo "con" quer dizer "junto" e o verbo "substanciar" quer dizer "unir em uma mesma essência". Acredita-se, de acordo com esse ensino, que no ato da celebração da Ceia, há a presença do corpo físico de Cristo no pão.

A posição pentecostal. Convém dizer que somos protestantes, mas de vertente pentecostal. A esse respeito, o comentarista pontua o seguinte: “A tradição pentecostal entende que o pão e o vinho não se convertem fisicamente no corpo de Jesus nem tampouco Jesus está presente fisicamente neles”. Rejeitamos a transubstanciação e a consubstanciação. O apóstolo Paulo é enfático em (1 Co 11.25), a Ceia do Senhor é um memorial. Essa é uma ordenança e Jesus certamente se faz presente espiritualmente (Mt. 18.20).

II- O PROPÓSITO DA CEIA DO SENHOR

Warren Wiersbe (1919-2019), livro de apoio (pág. 112), afirma que o crente, ao participar da Ceia, deve olhar em quatro direções: para trás (1Co 11.25), para o futuro (1Co 11.26), ao redor (1Co 11.33) e para dentro (1Co 11.27,28). Olhar para trás é para lembrarmos a morte e ressurreição de Cristo. Olhar para o futuro é para lembrar que Jesus virá. Olhar ao redor é para perceber que a Ceia é para os que foram justificados e reconciliados com Cristo, é para os que estão em comunhão. Olhar para dentro é para que o homem se examine antes de comer o pão e beber o cálice.

Celebra a expiação de Cristo. No texto veterotestamentário, a celebração da Páscoa simboliza a libertação do povo do Egito. Essa festa era comemorada no primeiro mês do calendário judaico, no décimo quarto dia do mês ao cair da tarde. Um cordeiro macho, sem defeito, era sacrificado. Por ocasião da morte dos primogênitos dos egípcios, o sangue do animal, nas ombreiras e vergas das portas, serviu de sinal para o Senhor, quando Ele feriu os egípcios.

Em 1Co 5.7, está escrito: ‘Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós’. Em Lucas 22.8, Jesus mandou a Pedro e a João, dizendo: ‘Ide, preparai-nos a Páscoa, para que a comamos’. Fica claro que a Páscoa apontava para Cristo. No dizer do comentarista: ‘A Páscoa judaica era apenas um tipo do qual Jesus era o antítipo’ (livro de apoio, pg. 111).

Nesse sentido, a Ceia do Senhor celebra um Novo Testamento, selado com o sangue de Cristo. De modo que todas as vezes que participamos da Ceia, anunciamos a morte e ressurreição de Jesus (1Co 11.26). A Ceia do Senhor também aponta para a segunda vinda de Cristo, como anteriormente citado. Nos alegramos no momento da celebração porque o nosso Senhor está vivo. A morte de Cristo significou a vitória sobre a morte, o pecado e o inimigo de nossas almas.

A Ceia revela a comunhão cristã. Participa da Santa Ceia quem está em comunhão; ela não é para dar comunhão, veremos isso mais detalhadamente no tópico três. Um problema recorrente na Igreja de Coríntios era a desunião e o individualismo. O apóstolo Paulo disse: ‘De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a Ceia do Senhor’ (1Co 11.20). A Ceia do Senhor na igreja de Coríntios havia sido banalizada; os irmãos reuniam-se para comer e folgar.

Paulo, então, lembra aos Coríntios do real sentido da Ceia do Senhor. Ele diz: ‘Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão’ (1Co 11.23). A Ceia do Senhor não é recreio ou um evento qualquer desprovido de qualquer significado. É uma ordenança que não confere graças, mas é para os santos membros do Corpo de Cristo. Quando alguém come e bebe indignamente, come e bebe para a própria condenação (1Co 11.29).

III- O MODO DE CELEBRAÇÃO DA CEIA DO SENHOR

Finalmente, chegamos ao modo de celebração da Ceia do Senhor. Para participar da Ceia do Senhor, é necessário estar em comunhão com Cristo. O apóstolo Paulo chama a atenção para aqueles que comem e bebem indignamente. Ele diz: ‘Examini-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma deste pão, e beba deste cálice’. Adiante, ele argumenta que os que comem indignamente, comem para a própria condenação (1Co 11.28,29).

Na Declaração de fé das Assembleias de Deus, (pg. 85, e-book), está escrito: ‘Ela é ministrada a todos os crentes em Jesus, batizados em água em plena comunhão com a igreja’. Quem não for batizado e não estiver em comunhão com a igreja não deve participar da Ceia do Senhor. O apóstolo chega a dizer que participar indignamente, o que significa não discernir o corpo de Cristo, é a causa de existirem muitos fracos e doentes e muitos que dormem.

Quando nos examinamos, percebemos que somos pecadores. Participamos da Ceia do Senhor pela grande graça de Deus. O autor explica o termo ‘indignamente’, reportando-se ao modo como os Coríntios celebravam a Ceia. De maneira egoística, tratava-se de uma verdadeira refeição. Ele chega a dizer: ‘quem tiver fome, come em casa’. O propósito da Ceia não é encher a barriga.

No comentário da lição, o autor destaca: " A Ceia do Senhor celebra a morte e ressurreição de Jesus e não o seu funeral. A Ceia celebra o Cristo que morreu, mas que ressuscitou (1Co 15.1-4)". No evangelho segundo escreveu João, e dito" (...) é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" ( Jo 1.29). Cristo vive e em breve voltará.

CONCLUSÃO

Nesta lição, falamos sobre a ordenança da Ceia do Senhor. Aprendemos que o pão e o vinho simbolizam o corpo e o sangue de Jesus. Não cremos na teoria da transubstanciação e consubstanciação. A Ceia aponta para a morte, ressurreição e a volta de Cristo, mas também mostra a nossa realidade por dentro e por fora. Deve participar da Ceia quem está em comunhão, deve haver reverência e santidade na celebração. Que Deus abençoe a todos.

 

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