Comentário da Lição 8/ Adultos-1º Trimestre, 25/02/24
Por Israel Rodrigues
A DISCIPLINA NA IGREJA
TEXTO ÁUREO
E já vos esquecestes da exortação
que argumenta convosco como filhos: Filho meu, não desprezes a correção do
Senhor e não desmaies quando, por ele, fores repreendido. (Hb 12.5)))
VERDADE PRÁTICA
A disciplina cristã é uma doutrina
bíblica necessária, pois permite ao crente refletir o caráter de Cristo.
LEITURA BÍBLICA
EM CLASSE
Hebreus 12. 5-13
OBJETIVOS
I.
Mostrar a necessidade de disciplina na igreja;
II.
Destacar que a disciplina tem como propósito preservar
a honra cristã e repelir a prática do pecado;
III. Apresentar as diferentes formas de disciplina elencadas na Bíblia.
INTRODUÇÃO
O tema da lição desta semana é muito
interessante. As palavras de ordem mais usadas pela grande mídia e incorporadas
em muitas igrejas evangélicas são: amor, empatia, tolerância, liberdade, etc.
Neste contexto, parece que a disciplina bíblica cristã está desatualizada. No
entanto, o presente estudo indica que não. A disciplina nasce das escrituras e
forma o verdadeiro caráter do cristão.
I - A NECESSIDADE DA DISCIPLINA BÍBLICA
A disciplina na igreja é uma necessidade. A
etimologia da palavra disciplina guarda relação com a palavra discípulo.
Significa instrução, conhecimento, etc. A partir da própria natureza da
palavra, com o passar do tempo, ela também ganhou um sentido de ‘colocar as
coisas em ordem’ ou ‘colocar no lugar o que está fora’. Nesse sentido, aquele
que diz ser discípulo e membro do corpo de Cristo deve fazer o que reflete a
santidade de Cristo, sob pena de receber correção.
A disciplina é necessária em virtude da santidade
de Deus. É um erro pensar que a disciplina na igreja não deve acontecer porque
Deus é amor. Na verdade, ‘amor’ é apenas mais um atributo de Deus. Ele é o
único Deus verdadeiro e santo. Visto que Deus é santo, todos os membros do
corpo também devem ser santos (Lv 11.45). O escritor aos Hebreus deixa isso bem
claro, quando diz: ‘Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém
verá o Senhor’ (Hb 12:14).(Hb12:14).
Por outro lado, a necessidade da disciplina na
igreja nasce em virtude de fazermos parte do corpo de Cristo. O apóstolo Paulo
faz essa analogia para mostrar a importância de todos os membros e que estamos
submissos à vontade de Cristo. Veja, naturalmente, um corpo, usando do seu
sistema de defesa natural, expulsa todo corpo estranho. Parece-me que essa é
uma lei natural e universal: todo organismo, humano ou da natureza, acaba por
afastar-se daquilo que lhe traz danos.
Para as pessoas presas ao politicamente correto,
cujas mentes e pensamentos foram moldados por um novo conjunto de palavras, no
qual se admitem algumas e outras não. Mas, analisemos o que diz o salmista:
‘Por isso os ímpios não subsistirão no juízo, nem os pecadores na congregação
dos justos’ (Sl 1:5). Observando apenas pelo olhar da empatia e da tolerância,
parece ser muito duro mesmo. Veja o que diz o escritor aos Hebreus:
“Porque o Senhor corrige o que ama e açoita a
qualquer que recebe por filho”. O escritor aos Hebreus pontua que toda
correção, a princípio, não parece ser de gozo, senão de tristeza. No entanto,
depois, produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela (Hb
12.5,11). Essas duas referências mostram a natureza da disciplina na igreja,
qual seja, o amor de Deus que corrige e produz frutos.
II. O PRÓSITO DA DISCIPLINA BÍBLICA
Nas palavras do reverendo Antônio Gilberto,
citado no livro de apoio pelo comentarista, José Gonçalves: “Devido à má
aplicação da disciplina cristã na igreja, ela passou a ter um sentido negativo
e repulsivo, quando devia ser o inverso. "Disciplina" vem da mesma
palavra que originou "discípulo" e "aprendiz" o alvo da
verdadeira disciplina é ajudar o crente a ser um bom discípulo. Por outro lado,
todo bom discípulo de Jesus deve ser amigo da disciplina”.
Sem dúvidas, o nosso amado pastor, de saudosa
memória, está certíssimo. O propósito da verdadeira disciplina é ajudar o
crente. Em outras palavras, a disciplina tem o propósito de preservar a honra
cristã e repelir a prática do pecado. Nesse sentido, a igreja ou o líder não
pode ser complacente com o pecado, “porque, como está escrito, o nome de Deus é
blasfemado entre os gentios por causa de vós” (Rm 2:24). Se o pecado não for
reprimido, o nome de Deus é tratado com desdém no meio dos ímpios.
Dentre outros propósitos, a disciplina também
busca inibir a prática do pecado. Lembro-me de quando era criança, éramos seis,
quando um errava e era corrigido, o recado era dado para todos. No sistema
penal acusatório adotado pelo nosso sistema normativo, toda conduta ilícita e
antijurídica é punível. O objetivo é criar na consciência popular que o crime é
punível e que não compensa.
No Éden não foi diferente. A ordem foi explícita:
“E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: De toda a árvore do jardim comerás
livremente. Mas da árvore do conhecimento do bem e do mal, dela não comerás;
porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás” (Gn 2:16,17). Além dos
muros da igreja, em qualquer organização, se não houver ‘disciplina’, tem-se um
organismo/organização disfuncional.
No contexto da igreja, portanto, o texto
neotestamentário deixa claro que ‘um pouco de fermento leveda toda a massa’.
Neste tópico em específico, o autor trouxe à luz o texto de (1 Co 5. 1,2), no
qual o apóstolo Paulo cobrava dos irmãos em Corinto um posicionamento.
Naturalmente, quando o pecado é tolerado na igreja, ela se torna fraca, deixa
de ser sal e luz da terra, e passa a se comportar apenas como uma associação de
pessoas.
III. AS FORMAS DE DISCIPLINA BÍBLICA
O autor apresenta pelo menos três formas de
disciplina. A primeira é a disciplina como modo de correção. A figura da
correção está fortemente ligada à imagem do pai que corrige seus filhos (Pv
23.12). Aquele a quem Deus considera como filho, e que o aceita como pai,
experimenta o mesmo (Hb 12.7). Por outro lado, aquele que está sujeito à
disciplina e não se submete a ela não é considerado filho (Hb 12.8).
A disciplina como forma de restauração. Em linhas
gerais, o propósito da disciplina é ajudar o crente. A disciplina aponta onde o
crente está faltoso para que se possa curar. O comentarista coloca que o
aspecto da disciplina restaurativa busca justamente recuperar o homem atingido
pelo pecado ao seu estado anterior. O olhar da igreja em relação ao crente que
faltou ou fugiu dos preceitos bíblicos é sempre a restauração, nunca a
excomunhão.
Todavia, há situações de pecadores obstinados que
contribuem para que o nome de Deus seja blasfemado e, consequentemente, o nome
da igreja seja jogado na vala comum. Para corrigir essa falha, é necessário
adotar uma medida mais enérgica. É o caso de uma situação extrema de pecador
contumaz. Nessa situação, a exclusão se torna o caminho mais viável a ser
aplicado pela igreja.
A esse respeito o autor escreve o seguinte: “Esse
tipo de disciplina é também conhecido como “cirúrgica”. Isto porque o membro é
cortado do Corpo de Cristo: “Tirai, pois, dentre vós a esse iníquo” (1Co 5.13).
Nesse caso, há um desligamento e não apenas um afastamento da comunhão”.
CONCLUSÃO
Nesta lição, falamos sobre a Disciplina na
Igreja. Vimos que ela é necessária, visto que Deus é santo e a igreja é santa.
Quando a igreja não corrige, a consequência é real. Por outro lado, observamos
que o propósito da disciplina é preservar a honra cristã e repelir o pecado.
Dentre as formas de pecado, a que se mostra mais grave é a exclusão. Essa é a
última medida a ser adotada, quando todas as demais foram superadas.
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