Por Israel Rodrigues
A IGREJA E O REINO DE DEUS
TEXTO ÁUREO
(...) O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo.
Arrependei-vos e crede no evangelho. (Mc 1.15)
VERDADE PRÁTICA
Prega a mensagem do Reino de Deus é uma importante missão da
Igreja.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Marcos 1:14-17
¹⁴ E, depois que João foi entregue à
prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus,
¹⁵ E dizendo: O tempo está cumprido,
e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.
¹⁶ E, andando junto do mar da
Galiléia, viu Simão, e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram
pescadores.
¹⁷ E Jesus lhes disse: Vinde após
mim, e eu farei que sejais pescadores de homens.
OBJETIVOS
I.
Relacionar a natureza do Reino de Deus com a nação de
Israel, bem como o seu propósito com a existência da Igreja;
II.
Apontar as dimensões do Reino de Deus nas realidades
presente e futura;
III. Destacar a Igreja como projeto de Deus e expressão de seu Reino na plenitude dos tempos.
INTRODUÇÃO
Na lição de número 3, estudamos a Natureza da
Igreja. Verificamos sua natureza nas dimensões confessional, local/universal e
comunitária. Na lição deste domingo, falaremos sobre a Igreja e o Reino de
Deus. Desenvolveremos nossos argumentos a partir das seguintes questões: O
Reino de Deus é universal e soberano? A Igreja, a Nação de Israel e o Reino de
Deus são coisas distintas? É correto afirmar que a Igreja é a expressão
presente do Reino de Deus? Acompanhem-nos nesta investigação.
I.
A NATUREZA DO REINO DE DEUS
Na página 47 do livro de apoio, o autor assim
define Reino de Deus, como:
(...) governo soberano de Deus. Dessa forma, o
Senhor governa soberanamente sobre a sua criação e sobre todos os governos
humanos (Dn4.25). Nada, portanto, está fora do seu controle”.
O governo de Deus é eterno, universal e soberano.
Seu domínio se estende de geração a geração, portanto, é um Reino perpétuo (Sl
145:13; 9:7; 45:6)
A universalidade do Reino de Deus. Deus reina
sobre as nações; Deus se assenta sobre o trono da sua santidade. Pois, Deus é o
Rei de toda a terra. Essas palavras do salmista, expressa bem a natureza
universal do Reino de Deus (47.8,7). O Reino de Deus é global, o que significa
que não há fronteiras para a atuação do governo de Deus. Os governos terrenos
são demarcados por territórios, devem ser reconhecidos por órgãos
internacionais, devem ter um povo/nação, um governo representativo, etc. O
governo eterno de Deus não se submete a nenhuma dessas diretrizes.
A soberania de Deus. O autor pontua que:
“(...) embora o mundo siga o seu curso, Deus não
perdeu nem deixou de exercer domínio sobre ele, tampouco sobre o universo
criado”.
Deus é soberano. Nada foge à Sua onipotência,
onisciência e onipresença. Até mesmo o reino das trevas está submisso ao Seu
poder (Dn 4.35; Jó 1. 6-12). Em Romanos 13. 1-2, lemos que todas as autoridades
que existem foram estabelecidas por Ele. Isso não significa que Deus concorde
com um governo tirano, por exemplo, ou que concorde com o mal. Significa apenas
que as pessoas têm liberdade para agir.
Já pontuamos que o Reino de Deus é universal,
eterno, soberano e imutável. Este último aspecto da natureza do Reino de Deus
mostra o caráter imutável do Seu Reino. Ele não muda os Seus princípios e não
falha em Suas promessas. O profeta Malaquias diz: ‘Porque eu, o SENHOR, não
mudo.’ O homem é falho, todavia, Deus não falha. Ao longo da história da
humanidade, Deus se revelou, mostrando mais do Seu propósito para salvar o
homem.
Percebemos esse Reino glorioso de Deus na Antiga
Aliança. Deus escolheu um povo a partir de Abraão, Isaque e Jacó, e fez-lhes
promessas. A Moisés, Deus deu os Dez Mandamentos, leis civis e cerimônias, a
Arca e o Tabernáculo, e também designou sacerdotes. Foi sob o comando de Josué
que finalmente entraram na Terra Prometida. Até o profeta Samuel, o governo era
teocrático; a partir do primeiro rei, Saul, passou-se a ter uma monarquia. Deus
designou esse povo como luz para as nações (Is 60. 1-3), e por meio dele todas
as nações seriam abençoadas (Gn 12.1-3)
O texto veterotestamentário apontava justamente para o advento da Igreja de Cristo. A esse respeito, o autor pontua o seguinte: ‘Esse propósito se concretizou na pessoa de Jesus Cristo, o Filho de Davi, que por intermédio de sua morte e ressurreição estabeleceu a Igreja (Ef 2.14; Gl 3.14; 4.28; 1Pe 2.9).’ Concluímos dizendo que o Reino de Deus não é a nação de Israel ou a Igreja, mas ambos são a expressão desse Reino.
II- AIGREJA E AS DIMENSÕES DO REINO DE DEUS
Neste tópico, abordaremos o Reino de Deus como
realidade presente e futura. No que diz respeito à realidade presente, o Reino
de Deus está entre nós, visível e real. Vejamos:
(...) O tempo está cumprido, e o Reino de Deus
está próximo. Arrependei-vos e crede no evangelho.” (Mc 1.15)
Em Lucas 17.21, Jesus deixa claro que o Reino de
Deus está ‘entre nós’. Tudo o que Jesus fazia, como curas, milagres e
maravilhas, correspondia à real presença do Reino de Deus.
Vejam, o Reino de Deus se manifesta com poder, é
sentido pelas pessoas e, portanto, pode ser vivido. Em Mateus, Jesus responde
às blasfêmias dos fariseus, dizendo:
“Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de
Deus, é conseguintemente chegado a vós o Reino de Deus.” Mt 12. 27
O Reino de Deus, manifestado por meio do Seu
Filho, não é um novo reino, mas é o mesmo Reino eterno de Deus, manifestado com
poder por meio do Seu Filho Jesus (Ap 5. 1-9).
Mas, onde está o Reino de Deus? Como mencionado
anteriormente, esse reino é real e, posso dizer, visível em alguns aspectos.
Durante o ministério de Cristo, esse reino era percebido pelos sinais (Mt
12.27). Por outro lado, Jesus disse que o Reino estava entre nós (Lucas 17.21),
ou seja, entre Seus seguidores. Isso mostra que era perceptível e visível na
medida em que Jesus operava milagres. Mas, vejam, após a Sua morte,
ressurreição e ascensão, esse Reino é percebido por meio da Sua Igreja (At 1.8;
2.1-4).
Nesse sentido, cito o comentarista da lição: “O
Reino de Deus como realidade presente não está relacionado ao espaço
geográfico, mas com a presença de Jesus, pois onde a presença dEle está, o
Reino de Deus se manifesta” (Lc 17. 20,21). Respondendo à pergunta, onde está o
Reino de Deus? O Reino de Deus está ou é manifestado onde Jesus está. Se Cristo
é a cabeça desse corpo, se somos habitados pelo Espírito Santo de Deus, se
somos nação eleita, povo adquirido, sacerdócio real, etc., somos, portanto, a
Igreja. Onde há uma Igreja, seja no aspecto local ou universal, ali está o
Reino de Deus.
Contudo, o Reino de Deus não é percebido apenas
em sua dimensão presente. Esse Reino também é analisado em sua dimensão
escatológica. Quando Jesus ascendeu ao céu em Atos dos Apóstolos, apareceram
dois homens vestidos de branco, e anunciaram que Jesus voltaria da mesma forma
que o viram subir (At 1.11). Essa promessa está nos evangelhos, nas epístolas e
no livro da Revelação. No sistema de interpretação em que acreditamos, haverá
um governo milenar de Cristo, portanto, um governo literal.
A esse respeito o comentarista da lição pontua
que: “O Milênio, o reinado de mil anos sobre a Terra, faz parte dessa dimensão
futura do Reino de Deus (Ap 20. 1-5)”. Deus seja louvado!
III- A IGREJA NO CONTEXTO DO REINO DE DEUS
A distinção entre Igreja e o Reino de Deus. Nas
palavras do autor:
Deve ser destacado que a Igreja faz parte do Reio
de Deus. Contudo, ela não é o Reio de Deus em toda a sua expressão.
Por exemplo, o Reino de Deus é eterno e,
portanto, existia mesmo antes da Igreja. No Antigo Pacto, o Reino já estava lá.
Antes da chamada de Abraão, o Reino já estava lá. Antes de Noé, antes de Adão,
o Reino sempre existiu.
A Igreja é a expressão desse Reino. O que isso
significa? Em primeiro lugar, significa que a Igreja não é um remendo, como se
Deus não tivesse controle da história e de repente idealizasse a Igreja. A
Igreja do Senhor sempre esteve na mente de Deus, Ele nos elegeu antes da
fundação do mundo (Ef 1.3,4; 1Pe 1.2).”
Em segundo lugar, a Igreja expressa o Reino de
Deus quando obedece aos mandamentos sagrados, quando preserva a sã doutrina,
quando vive e ensina sobre os princípios e valores sagrados. A Igreja expressa
o Reino de Deus quando prega o evangelho da salvação aos perdidos, assim como
fizeram os cristãos primitivos. A Igreja, tanto visível quanto local, expressa
o Reino de Deus quando compreende sua obrigação de anunciar o evangelho em todo
o mundo.
Concluo este tópico com a sinopse III:
O Reino de Deus é mais amplo e envolve todo o
povo de Deus em todas as épocas. A Igreja, porém, está inserida no Reino de
Deus.
CONCLUSÃO
Graças a Deus, chegamos ao fim de mais uma lição.
Nesta lição, aprendemos sobre o Reino de Deus, sobre a sua natureza universal,
a sua soberania, e fizemos uma leve distinção entre a nação de Israel e a
Igreja no contexto do Reino de Deus. Também analisamos o Reino como uma
realidade presente e futura, bem como observamos que a Igreja de Cristo é a
expressão atual do Reino de Deus. Somos embaixadores desse Reino (1Co 5.20).
Nenhum comentário:
Postar um comentário