terça-feira, 12 de dezembro de 2023

Comentário da Lição 12- EBD- Revista de Adulto - 4º. Trimestre, 10/12/23 - Israel Rodrigues


Por Israel Rodrigues

O MODELO DE MISSÕES DA IGREJA DE ANTIOQUIA



TEXTO ÁUREO

E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado (At 13.2)

VERDADE PRÁTICA

A ação do Espírito Santo é a garantia do sucesso de toda a obra missionária.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE:

Atos 11.19-26;13.1-5

OBJETIVOS

I.              Apresenta a natureza e as características da Igreja de Antioquia;

II.             Expor sua natureza missionária;

III.           Enfatizar o servio de Missões em Antioquia.

INTRODUÇÃO

A paz do Senhor. Graças a Deus, chegamos a mais uma lição. Desta vez, vamos falar do modelo de missões da Igreja de Antioquia. Alguns pontos serão destacados nesta lição: quem iniciou os trabalhos naquela região e em qual contexto? Por que a igreja de Antioquia se caracteriza como uma igreja missionária? O que essa Igreja nos ensina nos dias atuais? Estas e outras indagações serão abordadas aqui. Acompanhe-nos.

I. A IGREJA DE ANTIOQUIA: NATUREZA E CARACTERÍSTICAS

Com base no livro de apoio, Seleuco I Nicátor, um dos generais de Alexandre, o Grande, estabeleceu Antioquia em 300 a.C. Esta cidade, situada às margens do rio Orontes na atual Turquia, era uma joia do Império Romano, muitas vezes referida como “a rainha do Oriente”. Sendo a terceira maior cidade do império, superada apenas por Roma e Alexandria, Antioquia era um caldeirão de culturas com uma grande comunidade judaica e servia como um centro de aprendizado judaico.

A cidade de Antioquia, onde o apóstolo Paulo iniciou seu trabalho missionário (At 13.2), era um reflexo da cultura greco-helenista. Com Selêucia como seu porto, Antioquia era um importante núcleo comercial e era famosa por suas atividades esportivas, culinária diversificada e banhos públicos luxuosos. O autor pontua que sua população era estimada em 500 mil habitantes.

Na lição do domingo anterior, aprendemos que Estêvão foi o primeiro mártir da igreja primitiva. Após a sua morte, os crentes se dispersaram, caminhando até a Fenícia, Chipre e Antioquia, anunciando o evangelho somente aos judeus. A perseguição, que para o homem representava prejuízo à pregação do evangelho, para Deus significava avanço. Deus permitiu aquele mártir e aquela perseguição para que o evangelho fosse anunciado de forma estratégica naquela importante cidade.

É crucial destacar que Antioquia é mencionada pela primeira vez no relato de Lucas em Atos 6. Esta menção ocorre durante a instituição dos diáconos, quando Nicolau, um prosélito de Antioquia, foi escolhido. Isso sugere que, se podemos interpretar os planos divinos desta maneira, Deus considerava Antioquia uma região estratégica para a disseminação do evangelho de Cristo.

“E a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor”. Essa passagem de Atos 11 e 21, revela a natureza do trabalho desenvolvido naquela igreja. Os trabalhos ali, inicialmente, não foram desenvolvidos pelos apóstolos, mas pelos irmãos que fugiram da perseguição que se iniciou logo após a morte de Estêvão. A obra desenvolveu-se de tal modo que chegou ao conhecimento da igreja em Jerusalém, e enviaram Barnabé a Antioquia.

Em conclusão a este primeiro tópico, vemos claramente a atuação do Espírito Santo de Deus na vida de cada pessoa que ouviu o evangelho pela primeira vez. Percebam que, antes do envio de Barnabé, cada novo convertido era um missionário em potencial. Talvez, com muita serenidade, escrevo isto: se cada um de nós, a exemplo da igreja de Antioquia, falássemos da salvação em Cristo Jesus às pessoas que não o conhecem, o número de salvos e de igrejas implantadas seria ainda maior.

II. UMA IGREJA MISSIONÁRIA EM AÇÃO

Do versículo 22-25 do capítulo 11, nós temos um relato surpreendente. O texto diz-nos que a fama da Igreja em Antioquia chegou aos ouvidos da igreja que estava em Jerusalém. Então, enviaram a Barnabé, pois este era homem de bem e cheio do Espírito Santo e de Fé. Quando chegou, e viu a graça de Deus, se alegrou, e exortou a todos a permanecerem no Senhor, com propósito de coração. Depois destas coisas, Barnabé partiu para Tarso, em busca de Saulo, para ajudá-lo na obra da igreja em Antioquia.

Nesse contexto de ensino do evangelho, Saulo e Barnabé durante um ano todo, ensinaram aqueles irmãos sobre os fundamentos do evangelho de Cristo. Em Antioquia pela primeira vez os discípulos são chamados de cristãos (At 11.26). Os frutos desse trabalho orientado pelo Espírito Santo de Deus, rendeu àquela igreja grandes líderes e mestres, conforme vemos em Atos 13.1, haviam na igreja local, profetas e doutores. Homens altamente capacitados para o anúncio das boas-novas de salvação.

No livro de apoio lemos o seguinte: “Os profetas eram pessoas que exerciam o dom de transmitir a palavra vinda de Deus, sob inspiração do Espírito Santo. Os doutores não eram homens orgulhosos e cheios de sabedoria humana, mas, sim, mestres cheios do Espírito Santo que ensinavam a Palavra de Deus”. Uma igreja, portanto, que tinha como fundamento o ensino da palavra, e a busca pela orientação do Espírito e dos dons espirituais, (1 Co12.28).

Pois bem. A oração, o jejum e a contribuição, como visto em lições anteriores, são formas de ajudar no trabalho de missões. No capítulo 11, por exemplo, Paulo e Barnabé vão até a região da Judeia para levar suprimentos aos irmãos vítimas da fome profetizada por Ágabo. Vejam a preocupação com os irmãos que estavam anunciando o evangelho na região da Judeia.

A oração e o jejum foram determinantes para a escolha daqueles que seriam enviados para pregar a palavra aos gentios. Vejamos: “E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram”, (Atos 13:2,3). Antioquia tornou-se um grande centro do Cristianismo. Nós podemos entender pelas escrituras que as três viagens missionárias do apóstolo Paulo tiveram início em Antioquia, (At. 13,3; 15.35-37;18.21-23)

Um olhar atento e minucioso aos textos em análise revela que o segredo da igreja em Antioquia era a dependência total do Espírito Santo. Em segundo lugar, essa dependência total do Espírito Santo vem de um propósito comum (At. 11.23), consubstanciada na oração e no jejum (At. 13.3).

Oremos ao nosso Deus, busquemos a prática do jejum, exercitemos a fé por meio da contribuição. Essas são ferramentas que estão à disposição de todo crente. Deus abençoe a todos. Vamos ao terceiro e último tópico.

III. O SERVIÇO DE MISSÕES

Antioquia foi um grande centro de missões. Tornou-se um lugar estratégico para a propagação do evangelho, com foco na evangelização dos gentios. O livro de apoio sintetiza o sucesso da obra missionária em Antioquia: Quando é pregado a outros povos (At 11.19); Quando é pregado a todas as classes e raças (At 11.20-21); Quando é pregado por homens cheios do Espírito Santo (At 11.22-26).

Apesar do sucesso da obra, em todo trabalho há obstáculos. Há situações de perseguição provocadas pelo inimigo da obra (Ef 6.10-20). Em outros casos, ocorrem desentendimentos entre membros salvos, porém, com divergências sobre pontos específicos. Por exemplo, na segunda viagem missionária, Paulo discutiu com Barnabé por causa de João Marcos. Paulo escolheu Silas e Barnabé escolheu Marcos (At 15.39-40).

Problemas superados, o trabalho continuou. Na primeira carta aos Coríntios, no capítulo onze, ele descreve todo o seu sofrimento. Aos Filipenses, no capítulo 4, verso 12, ele revela estar adaptado a todo tipo de situação. Mas o que é interessante é que, no relatório dado à igreja em Antioquia, Paulo relatou as grandes coisas que Deus fizera por eles e como Deus abriu as portas para os gentios (At. 14.27,28).

Há duas situações: A primeira, o apóstolo falou da porta aberta aos gentios. Em segundo lugar, ele fala das grandezas que Deus realizou por meio deles. Paulo reconhece que a igreja em Antioquia era a porta de salvação para os gentios. Sendo a terceira cidade mais importante do império romano, havia muitas rotas e estradas naquela cidade que serviam para a circulação de mercadorias e serviços para todo o império romano. Portanto, tratava-se de um grande centro comercial, conhecido como ‘a rainha do Oriente’.

Paulo não foca o seu relatório nas lutas e perseguições, mas sim naquilo que Deus havia feito por meio deles, embora nas epístolas ele destaque todo o seu sofrimento durante suas viagens. Outra situação que merece destaque é o fato do apóstolo prestar contas. Aqui, destaco as palavras do comentarista: “O modelo de missionários “independentes”, que respondem “somente ao Senhor”, não é bíblico. Nem o apóstolo Paulo deixava de relatar o que estava fazendo à sua igreja de origem (14.27,28)”.

Prestar contas é bíblico. Em todos os aspectos, os missionários devem prestar contas de suas ações. Também considero que toda igreja mãe deve olhar com cuidado para os missionários que negligenciam a prestação de contas. Muitas vezes, o objetivo é escuso por parte do missionário que omite. Quando se abre os olhos, ele já fundou uma nova igreja, uma nova denominação. Barnabé, dada a importância da região, poderia ter se desligado da igreja em Jerusalém na primeira vez que foi a Antioquia, mas não o fez.

CONCLUSÃO

Graças a Deus, chegamos ao final de mais uma lição. Aqui, aprendemos sobre o modelo de missões da igreja de Antioquia. A igreja foi fundada por ‘leigos’, confirmada pela igreja de Jerusalém. Uma igreja que primava pela oração e jejum, o Espírito Santo é quem direcionava, dando entendimento para as ações tomadas. Isso revela a natureza missionária daquela igreja. Por fim, Antioquia se tornou a porta de pregação do evangelho para o mundo daquela época. Que Deus abençoe a todos.

 

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