Por Israel Rodrigues
O MODELO DE MISSÕES DA IGREJA DE ANTIOQUIA
TEXTO ÁUREO
E, servindo eles ao Senhor e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado (At 13.2)
VERDADE PRÁTICA
A ação do Espírito Santo é a garantia do sucesso de toda a obra missionária.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE:
Atos 11.19-26;13.1-5
OBJETIVOS
I.
Apresenta
a natureza e as características da Igreja de Antioquia;
II.
Expor sua natureza missionária;
III. Enfatizar o servio de Missões em Antioquia.
INTRODUÇÃO
A
paz do Senhor. Graças a Deus, chegamos a mais uma lição. Desta vez, vamos falar
do modelo de missões da Igreja de Antioquia. Alguns pontos serão destacados
nesta lição: quem iniciou os trabalhos naquela região e em qual contexto? Por
que a igreja de Antioquia se caracteriza como uma igreja missionária? O que
essa Igreja nos ensina nos dias atuais? Estas e outras indagações serão
abordadas aqui. Acompanhe-nos.
I. A IGREJA DE ANTIOQUIA: NATUREZA E
CARACTERÍSTICAS
Com
base no livro de apoio, Seleuco I Nicátor, um dos generais de Alexandre, o
Grande, estabeleceu Antioquia em 300 a.C. Esta cidade, situada às margens do
rio Orontes na atual Turquia, era uma joia do Império Romano, muitas vezes
referida como “a rainha do Oriente”. Sendo a terceira maior cidade do império,
superada apenas por Roma e Alexandria, Antioquia era um caldeirão de culturas
com uma grande comunidade judaica e servia como um centro de aprendizado
judaico.
A
cidade de Antioquia, onde o apóstolo Paulo iniciou seu trabalho missionário (At
13.2), era um reflexo da cultura greco-helenista. Com Selêucia como seu porto,
Antioquia era um importante núcleo comercial e era famosa por suas atividades
esportivas, culinária diversificada e banhos públicos luxuosos. O autor pontua
que sua população era estimada em 500 mil habitantes.
Na
lição do domingo anterior, aprendemos que Estêvão foi o primeiro mártir da
igreja primitiva. Após a sua morte, os crentes se dispersaram, caminhando até a
Fenícia, Chipre e Antioquia, anunciando o evangelho somente aos judeus. A
perseguição, que para o homem representava prejuízo à pregação do evangelho,
para Deus significava avanço. Deus permitiu aquele mártir e aquela perseguição
para que o evangelho fosse anunciado de forma estratégica naquela importante
cidade.
É
crucial destacar que Antioquia é mencionada pela primeira vez no relato de
Lucas em Atos 6. Esta menção ocorre durante a instituição dos diáconos, quando
Nicolau, um prosélito de Antioquia, foi escolhido. Isso sugere que, se podemos
interpretar os planos divinos desta maneira, Deus considerava Antioquia uma
região estratégica para a disseminação do evangelho de Cristo.
“E
a mão do Senhor era com eles; e grande número creu e se converteu ao Senhor”.
Essa passagem de Atos 11 e 21, revela a natureza do trabalho desenvolvido
naquela igreja. Os trabalhos ali, inicialmente, não foram desenvolvidos pelos
apóstolos, mas pelos irmãos que fugiram da perseguição que se iniciou logo após
a morte de Estêvão. A obra desenvolveu-se de tal modo que chegou ao
conhecimento da igreja em Jerusalém, e enviaram Barnabé a Antioquia.
Em conclusão a este primeiro tópico, vemos claramente a atuação do Espírito Santo de Deus na vida de cada pessoa que ouviu o evangelho pela primeira vez. Percebam que, antes do envio de Barnabé, cada novo convertido era um missionário em potencial. Talvez, com muita serenidade, escrevo isto: se cada um de nós, a exemplo da igreja de Antioquia, falássemos da salvação em Cristo Jesus às pessoas que não o conhecem, o número de salvos e de igrejas implantadas seria ainda maior.
II. UMA IGREJA MISSIONÁRIA EM AÇÃO
Do
versículo 22-25 do capítulo 11, nós temos um relato surpreendente. O texto
diz-nos que a fama da Igreja em Antioquia chegou aos ouvidos da igreja que
estava em Jerusalém. Então, enviaram a Barnabé, pois este era homem de bem e
cheio do Espírito Santo e de Fé. Quando chegou, e viu a graça de Deus, se
alegrou, e exortou a todos a permanecerem no Senhor, com propósito de coração.
Depois destas coisas, Barnabé partiu para Tarso, em busca de Saulo, para
ajudá-lo na obra da igreja em Antioquia.
Nesse
contexto de ensino do evangelho, Saulo e Barnabé durante um ano todo, ensinaram
aqueles irmãos sobre os fundamentos do evangelho de Cristo. Em Antioquia pela
primeira vez os discípulos são chamados de cristãos (At 11.26). Os frutos desse
trabalho orientado pelo Espírito Santo de Deus, rendeu àquela igreja grandes
líderes e mestres, conforme vemos em Atos 13.1, haviam na igreja local,
profetas e doutores. Homens altamente capacitados para o anúncio das boas-novas
de salvação.
No
livro de apoio lemos o seguinte: “Os profetas eram pessoas que exerciam o dom
de transmitir a palavra vinda de Deus, sob inspiração do Espírito Santo. Os
doutores não eram homens orgulhosos e cheios de sabedoria humana, mas, sim,
mestres cheios do Espírito Santo que ensinavam a Palavra de Deus”. Uma igreja,
portanto, que tinha como fundamento o ensino da palavra, e a busca pela
orientação do Espírito e dos dons espirituais, (1 Co12.28).
Pois
bem. A oração, o jejum e a contribuição, como visto em lições anteriores, são
formas de ajudar no trabalho de missões. No capítulo 11, por exemplo, Paulo e
Barnabé vão até a região da Judeia para levar suprimentos aos irmãos vítimas da
fome profetizada por Ágabo. Vejam a preocupação com os irmãos que estavam
anunciando o evangelho na região da Judeia.
A
oração e o jejum foram determinantes para a escolha daqueles que seriam
enviados para pregar a palavra aos gentios. Vejamos: “E, servindo eles ao
Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para
a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as
mãos, os despediram”, (Atos 13:2,3). Antioquia tornou-se um grande centro do
Cristianismo. Nós podemos entender pelas escrituras que as três viagens
missionárias do apóstolo Paulo tiveram início em Antioquia, (At. 13,3;
15.35-37;18.21-23)
Um
olhar atento e minucioso aos textos em análise revela que o segredo da igreja
em Antioquia era a dependência total do Espírito Santo. Em segundo lugar, essa
dependência total do Espírito Santo vem de um propósito comum (At. 11.23),
consubstanciada na oração e no jejum (At. 13.3).
Oremos ao nosso Deus, busquemos a prática do jejum, exercitemos a fé por meio da contribuição. Essas são ferramentas que estão à disposição de todo crente. Deus abençoe a todos. Vamos ao terceiro e último tópico.
III. O SERVIÇO DE MISSÕES
Antioquia
foi um grande centro de missões. Tornou-se um lugar estratégico para a
propagação do evangelho, com foco na evangelização dos gentios. O livro de
apoio sintetiza o sucesso da obra missionária em Antioquia: Quando é pregado a
outros povos (At 11.19); Quando é pregado a todas as classes e raças (At
11.20-21); Quando é pregado por homens cheios do Espírito Santo (At 11.22-26).
Apesar
do sucesso da obra, em todo trabalho há obstáculos. Há situações de perseguição
provocadas pelo inimigo da obra (Ef 6.10-20). Em outros casos, ocorrem
desentendimentos entre membros salvos, porém, com divergências sobre pontos
específicos. Por exemplo, na segunda viagem missionária, Paulo discutiu com
Barnabé por causa de João Marcos. Paulo escolheu Silas e Barnabé escolheu
Marcos (At 15.39-40).
Problemas
superados, o trabalho continuou. Na primeira carta aos Coríntios, no capítulo
onze, ele descreve todo o seu sofrimento. Aos Filipenses, no capítulo 4, verso
12, ele revela estar adaptado a todo tipo de situação. Mas o que é interessante
é que, no relatório dado à igreja em Antioquia, Paulo relatou as grandes coisas
que Deus fizera por eles e como Deus abriu as portas para os gentios (At.
14.27,28).
Há
duas situações: A primeira, o apóstolo falou da porta aberta aos gentios. Em
segundo lugar, ele fala das grandezas que Deus realizou por meio deles. Paulo
reconhece que a igreja em Antioquia era a porta de salvação para os gentios.
Sendo a terceira cidade mais importante do império romano, havia muitas rotas e
estradas naquela cidade que serviam para a circulação de mercadorias e serviços
para todo o império romano. Portanto, tratava-se de um grande centro comercial,
conhecido como ‘a rainha do Oriente’.
Paulo
não foca o seu relatório nas lutas e perseguições, mas sim naquilo que Deus
havia feito por meio deles, embora nas epístolas ele destaque todo o seu
sofrimento durante suas viagens. Outra situação que merece destaque é o fato do
apóstolo prestar contas. Aqui, destaco as palavras do comentarista: “O modelo
de missionários “independentes”, que respondem “somente ao Senhor”, não é
bíblico. Nem o apóstolo Paulo deixava de relatar o que estava fazendo à sua
igreja de origem (14.27,28)”.
Prestar
contas é bíblico. Em todos os aspectos, os missionários devem prestar contas de
suas ações. Também considero que toda igreja mãe deve olhar com cuidado para os
missionários que negligenciam a prestação de contas. Muitas vezes, o objetivo é
escuso por parte do missionário que omite. Quando se abre os olhos, ele já
fundou uma nova igreja, uma nova denominação. Barnabé, dada a importância da
região, poderia ter se desligado da igreja em Jerusalém na primeira vez que foi
a Antioquia, mas não o fez.
CONCLUSÃO
Graças
a Deus, chegamos ao final de mais uma lição. Aqui, aprendemos sobre o modelo de
missões da igreja de Antioquia. A igreja foi fundada por ‘leigos’, confirmada
pela igreja de Jerusalém. Uma igreja que primava pela oração e jejum, o
Espírito Santo é quem direcionava, dando entendimento para as ações tomadas.
Isso revela a natureza missionária daquela igreja. Por fim, Antioquia se tornou
a porta de pregação do evangelho para o mundo daquela época. Que Deus abençoe a
todos.
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