sábado, 18 de janeiro de 2025

O Pastorado Feminino é Bíblico?

 Prof. Wanderson Diego


Este assunto em voga, tem elencado no decorrer dos anos várias discussões no tocante ao pastorado feminino. Há uma colisão de interpretações sobre o assunto em apreço. 

Em primeiro lugar, devemos nos desprender de "achismos" e "subjetivismos" relacionado ao tema. Devemos nos pautar na "Carta Magna" que é a verdade insofismável que rege o homem. Conforme (At 10.34) onde está escrito:

"Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas". 

Fica claro que, tanto o homem como a mulher, são amados e valorizados por Deus no mesmo nível. Por conseguinte, apesar deste amor ser equânime, devemos escrutinar os textos bíblicos que falam sobre à liderança eclesiástica.

Em (I Tm 2:11-12) diz: "A mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição; não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio". Este texto, é usado na maioria das vezes para refutar os que concebem que uma mulher pode ser pastora. Outrossim, há teólogos famigerados no mundo acadêmico que possuem outra visão sobre este texto. Nós temos, por exemplo, o teólogo Craig Kenner que, por sua vez, entende e defende que esta "proibição" não é uma regra universal, mas, sim, uma "restrição local" na igreja em Éfeso. Em outras palavras, Craig quer dizer que há coisas nas epístolas paulinas que são "proibições universais" e "restrições locais". Sendo assim, conforme Kenner, se tudo nas epístolas paulinas forem "proibições universais", uma mulher jamais poderia falar publicamente em um culto, haja vista, em (I Co 14.34) ele escrever sobre isto.

Craig entende que os textos paulinos que supostamente restringem o pastorado feminino, eram apenas "restrições locais" por fatores sociais e culturais. Entretanto, há outros textos e outras questões a serem discutidas.

O texto de (I Tm 2.13) é uma "criptonita" contra a tese do pastorado feminino, pois neste texto Paulo falou sobre o princípio criativo do ser humano. O texto diz:

"Porque primeiro foi formado Adão, e depois Eva."

Mesmo diante deste texto que se refere à liderança masculina, alguns teólogos objetam com interpretações diferentes sobre este texto. Alguns argumentam que, apenas no século I, as mulheres não podiam ser pastoras porque "não tinham" educação formalizada. Outros, porém, argumentam que a proibição paulina se deu pelo fato da cidade de Éfeso ter por padroeira uma deusa chamada Diana e por conseguinte, a figura da mulher como "líder" era muito prestigiada. Entretanto, não temos respaldo bíblico para tal argumento. Outros, também, argumentam que Paulo estava se referindo "apenas" às "esposas" e não a todas as mulheres em geral. Porém, o texto não deixa claro esta vênia.

A quem diga também que, pela falta de homens com "autoridade" e "competência", Deus está "levantando" as mulheres na liderança eclesiástica. 

Doravante, a "chave-mestra" para entendermos este assunto é o texto de (I Tm 2.11-12) à luz do A.T. e N.T. De fato, a Bíblia dá respaldo sobre mulheres que ocuparam cargos de liderança em meio à "escassez de homens líderes". Por exemplo, Débora (quarta juíza de Israel) e Hulda, a profetisa. É importante notar que estas mulheres foram líderes antes da Igreja. Sendo assim, precisamos examinar se na história da Igreja houve lideranças eclesiásticas femininas.

Nas páginas neotestamentárias, temos Priscila, a esposa de Áquila como uma forte representação de liderança eclesiástica (At 18.26), todavia, não encontramos respaldo bíblico para dizer que ela foi "pastora". Somos sabedores que Priscila foi uma missionária e discipuladora que muito somou na obra da evangelização. Esta mulher, por sua vez, foi a discipuladora de um dos maiores pregadores da História da Igreja. A saber, Apolo (At 18.26).

As mulheres, outrora, tiveram grande participação no ministério de Jesus. Tiverem também grande utilidade no ministério do apóstolo Paulo. Mas a pergunta que não quer calar. A mulher, afinal de contas, pode ser pastora? A resposta bíblica é "sim" é "não" ao mesmo tempo. Mas como assim?

Bom, vamos lá. Dentro da soberania de Deus, Ele levanta quem ele quiser (Débora), usa quem Ele quer (Hulda) e não deve satisfação a ninguém. Nesta perspectiva, uma mulher "pode" ser pastora. Porém, a Bíblia não mostra apenas a soberania de Deus, mas, sim, também as suas NORMATIVAS. Por conseguinte, apesar de Deus ser Soberano, Ele não fere as suas "regras". 

A liderança masculina não é uma questão de machismo, mas, sim, de princípio divino. Biblicamente, Deus confiou ao homem à liderança eclesiástica. Isto não quer dizer que os homens são "melhores" do que as mulheres, não! Este princípio foi estabelecido porque Deus o quis assim. Apesar de a Bíblia garantir o amor de Deus às mulheres, o derramamento do Espírito às mulheres e os dons do Espírito às mulheres, não há respaldo bíblico para sustentação do pastorado feminino.

É um fato irrefragável que há muitas mulheres de Deus que são pastoras. Porém, este não é o princípio original que Deus deixou à sua Igreja. A mulher está debaixo da multiforme graça de Deus e pode pregar, profetizar, ensinar, evangelizar, etc. Entrementes, liderança eclesiástica dentro do contexto bíblico e teológico foi conferido ao homem.

Mediante a isto, ninguém pode menosprezar as mulheres porque não foram vocacionadas a serem episcopisas e não "bispas" (termo inexistente). Elas continuam sendo amadas e valorizadas por Deus, porém cada um em seu devido lugar.


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