Por Antoniel Braga Rodrigues
No Novo Testamento os quatro Evangelistas escreveram de forma harmoniosa um dos episódios mais dramático ocorrido no início do julgamento de Cristo, pois como citado por eles, era comum na época da festa da Páscoa soltar um preso a pedido da Multidão.
Pilatos tinha em suas mãos a responsabilidade de conduzir esse ato de escolha, mas antes de tudo tinha também a incumbência de selecionar quais presos seriam julgados pela multidão e não hesitou em apresentar ao público Jesus e Barrabás.
O apóstolo João afirma que Barrabás era um salteador (Jo 18.40), enquanto os outros Evangelistas dizem que ele era assassino e participante de um motim que resultou em uma morte (MC 15. 7, Lc 23. 19).
Na trama bíblica, Barrabás, o criminoso liberado em lugar de Jesus, personifica escolhas controversas e suas repercussões. Hoje, em um contexto mais amplo, encontramos os "Barrabás da Atualidade" – indivíduos cujos testemunhos impactam não apenas suas vidas, mas reverberam na sociedade. Nesta síntese veremos as decisões desses protagonistas contemporâneos e analisaremos as complexas teias de consequências que se desdobram em decorrência de suas ações.
Na verdade, a Sociedade é o palco contemporâneo e proporciona um espaço vasto para os Barrabás modernos, indivíduos que enfrentam escolhas cruciais em meio a dilemas éticos, morais e sociais. Seja no âmbito político, empresarial ou pessoal, suas condutas são conhecidas, ninguém está enganado, seus feitos até moldam a narrativa da sociedade, mas infelizmente terminam triunfando sob aplausos de quem os escolheu.
Assim como o Barrabás original, os protagonistas atuais muitas vezes são confrontados com decisões que desafiam valores fundamentais, mas de que servem esses valores. O Barrabás do passado queria a liberdade mesmo que em seu lugar ficasse um inocente.
Os Barrabás do presente querem a todo custo o poder, a pompa, a riqueza ainda que aqueles que os escolheram fiquem apenas com a culpa e as consequências para si e para seus familiares.
Analisando casos emblemáticos, percebemos que as escolhas destes indivíduos refletem não apenas as circunstâncias pessoais de quem os escolhe como a certeza de que poderão sofrer duras consequências como os próprios Judeus disseram: “o seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos” (MT 27. 25), mas também o desconhecimento de outros prejuízos incluindo a pobreza, e o desmoronamento social.
As escolhas dos Barrabás contemporâneos desencadeiam consequências inimagináveis. A influência de suas decisões muitas vezes ultrapassa fronteiras individuais, afetando comunidades inteiras e, por vezes, reverberando globalmente. A complexidade dessas consequências se alastra iniciando na vida e na própria família de quem gritou o nome “Barrabás”, mas a contragosto atingem também quem não participou da escolha.
A forma como a sociedade responde a essas decisões têm implicações significativas no desenvolvimento do tecido social. O julgamento, a aceitação ou a condenação moldam o panorama para futuros desafios ético, moral, social e religioso. Em um mundo repleto de escolhas complexas, os Barrabás da atualidade destacam-se como figuras emblemáticas, representando os desafios morais e éticos que permeiam a sociedade. Suas escolhas e as consequências resultantes não apenas delineiam trajetórias individuais, mas também moldam o curso coletivo da humanidade. Ao refletirmos sobre esses protagonistas contemporâneos, somos instados a examinar nossos próprios valores e ponderar sobre o impacto de nossas decisões no oportuno tempo de fazer as nossas escolhas, pois daí resulta o bem ou o mal social que todos haveremos de compartilhar.
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