Por
Israel Rodrigues
TEXTO
ÁUREO
E
disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus
Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. (At 2.38)
VERDADE
PRÁTICA
A
Igreja é a família de Deus, comprada com o sangue de Cristo e selada com o
Espírito Santo.
LEITURA
BÍBLICA EM CLASSE
Atos 2.1,2;37,38
¹
E, cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos concordemente no mesmo
lugar;
²
E de repente veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e
encheu toda a casa em que estavam assentados.
³⁷
E, ouvindo eles isto, compungiram-se em seu coração, e perguntaram a Pedro e
aos demais apóstolos: Que faremos, homens irmãos?
³⁸
E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e recebereis o dom do Espírito Santo;
OBJETIVOS
I.
Descrever a trajetória do povo de Deus na Bíblia e na
história;
II.
Apresentar a Igreja como criação divina;
III. Identificar a Igreja como a comunidade de salvos.
INTRODUÇÃO
Olá, meus irmãos, a paz do Senhor. Estamos
começando o ano de 2024 com um tema muito relevante: a eclesiologia. Neste
trimestre, estudaremos a origem, a natureza e a vocação da igreja no mundo. Na
lição em questão, abordaremos a origem da Igreja, tanto no Antigo quanto no
Novo Testamento, bem como na história cristã. Veremos também que a igreja é uma
criação divina, e não simplesmente uma associação de pessoas. Quem faz parte da
Igreja? Essas e outras questões serão discutidas. Fiquem conosco.
I. O POVO DE DEUS NA BÍBLIA E NA HISTÓRIA
O autor da lição, José Gonçalves, assinala que o
termo hebraico “qahal” é usado em dois sentidos no Antigo Testamento: primeiro,
como uma convocação para uma assembleia (Gn 49.6); em segundo lugar, como uma
congregação (Dt 9.10; 10.4). Portanto, esse termo denota uma atuação de
natureza cível e outra de natureza religiosa. No primeiro caso, a assembleia
buscava tratar de assuntos militares, conselhos para reis, entre outros,
enquanto que no segundo, a assembleia tinha um cunho de adoração a Deus.
No Novo Testamento, o termo grego para se referir
à igreja é ‘ekklesia’. Em Mateus 16.18, claramente, Jesus diz a Pedro: “sobre
esta pedra edificarei a minha igreja”. De acordo com HOTON, 2023, esse termo é
composto por duas preposições: ‘ek’ (fora) e ‘kaleõ’ (chamar). O termo
significa ‘chamados para fora’, designando um grupo de pessoas que são chamadas
para se reunir com um fim específico. No texto neotestamentário, a assembleia
não está restrita a um povo, a uma cultura, raça, língua ou nação. Pelo contrário,
a assembleia refere-se à Igreja de Cristo.
Nesse sentido, o autor corrobora: “Não é apenas
um ajuntamento de pessoas, mas uma assembleia de crentes regenerados que se
reúnem para adorar a Deus. Jesus, por exemplo, usou o termo ‘ekklesia’ com um
sentido exclusivo - povo adquirido pelo seu sangue”. Lembremos que no texto
veterotestamentário, o termo ‘qahal’ designa duas acepções, uma de natureza
civil e outra religiosa. O sentido, portanto, era de um Israel étnico. No Novo
Testamento, não há barreiras, a igreja é universal (Ap 5.9).
Na história cristã, há divergências quanto ao
entendimento do que venha a ser a igreja e seu fundamento. Existem duas
perspectivas: a católica e a protestante. A primeira entende que o sucessor do
apóstolo Pedro é o papa e que não existe salvação fora da fé católica. Esse
entendimento está explicado na Bula de Pio IV do ano de 1564 (cf. livro p. 18).
A segunda, por sua vez, a fé evangélica, entende que o fundamento e a cabeça da
igreja é Cristo (1Co 3.11), e que a salvação está em Cristo Jesus (At 16.31).
Por outro lado, a fé católica vê a igreja como
aquela que detém o poder de decidir. Ela é o elo entre seus fiéis e o Céu. Por
meio do Santo Papa, a igreja é autorizada a agir, e toda decisão terrena é
automaticamente vinculada ao Céu. Por sua vez, a doutrina da Assembleia de
Deus, à luz da Bíblia, entende que a Igreja “é a assembleia universal dos
santos de todos os lugares e de todas as épocas, cujos nomes estão escritos nos
céus” (e-book-Declaração de Fé, p.77). Sendo que não há outro mediador entre Deus
e os homens, conforme 1 Timóteo 2.5.
Obrigado por você ter chegado até aqui. Continue,
no próximo tópico estudaremos, A Igreja Como Criação Divina.
II. A IGREJA COMO CRIAÇÃO DIVINA
A Igreja não é uma invenção humana, nem
simplesmente uma associação de pessoas. Ela nasceu no coração de Deus desde a
eternidade, conforme se verifica em (Ef 1.4; Ap 13.8). O apóstolo Paulo
refere-se a ela como a noiva de Cristo (1Co 11.2). O apóstolo Pedro a descreve
como Nação Santa e um Povo Adquirido (1 Pe 2.9). Portanto, podemos afirmar que
o nosso Deus elegeu a Igreja desde a eternidade. Essa verdade incontestável é
verificável em toda a Bíblia, conforme se vê na epístola a Tito 1.2.
Mas, sendo a Igreja uma criação divina que esteve
em Sua mente desde a eternidade, conforme verificamos, quando foi ela
estabelecida? Entendemos que a Igreja, como a conhecemos hoje, não aparece no
Antigo Testamento. No contexto veterotestamentário, tratava-se de uma nação, um
povo escolhido, portanto, restrito àquela etnia. No novo pacto, a Igreja
transpõe barreiras geográficas e culturais. A questão que se discute é se ela
nasceu durante o ministério de Jesus ou no Pentecostes.
O autor da lição argumenta no seguinte sentido:
‘Deus tinha um povo sob o Antigo Pacto, só que esse povo, embora fizesse parte
do Seu Reino, não era a igreja. Esta, portanto, tem a sua origem na Nova
Aliança. Ela nasce no Pentecostes’. Fica claro na interpretação do autor que a
Igreja tem origem no dia de Pentecostes. Nesse sentido, é importante observar
que, de fato, os evangelhos não mencionam a igreja, exceto em Mateus 16.18,
todavia como um evento futuro.
Assim, a Igreja foi estabelecida no Pentecostes.
Em Gálatas 4.4 temos o seguinte: ‘mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus
enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei’. Comentando esse
trecho, o escritor e comentarista Agnaldo Betti diz que ‘plenitude dos tempos’
significa ‘no tempo correto, no tempo ideal e oportuno, porque há um tempo para
todo propósito debaixo do Céu’ (Ec 3.1). Lucas, em Atos dos Apóstolos, escreve
o seguinte: ‘E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam
de salvar’ (Atos 2:47).
III. A IGREJA COMO A COMUNIDADE DOS SALVOS
Quem faz parte da Igreja? No processo de
salvação, devemos observar três momentos distintos: a)
arrependimento/justificação (At 2.38); b) santificação (Hb 12.14); c)
glorificação (Fp 3.21; 1Co 15.51-53). Naturalmente, farão parte como membros do
Corpo de Cristo, na qualidade de Igreja, aqueles que passarem pelas duas
primeiras fases. A última está por vir. Aqui vale dizer que nós somos templo do
Espírito de Deus (1Co 6.19).
Nesse diapasão o autor argumenta: “É exatamente
esse o sentido da palavra grega metanoeo, traduzida aqui por arrependimento.
Significa uma mudança de mente. Assim, a Igreja é formada por pessoas que
estavam no pecado, a caminho da condenação eterna, mas que, graças ao
Evangelho, tiveram suas vidas transformadas”.
Como membros do Corpo de Cristo, nascidos de novo
e, portanto, regenerados, os novos membros são selados pelo Espírito Santo de
Deus. Isso ocorre de maneira instantânea por ocasião da conversão (1Co 12.13).
Além disso, temos o batismo no Espírito Santo. Trata-se de um batismo de
capacitação e de revestimento. Pedro disse-lhes: ‘Arrependei-vos, e cada um de
vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos pecados; e
recebereis o dom do Espírito Santo’ (Atos 2:38).
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição que a Igreja é uma
instituição divina, criada por Deus desde a eternidade e estabelecida após a
morte e ressurreição de Jesus, o Filho de Deus. Ele é a cabeça da Igreja e o
seu fundamento. O ingresso não se dá por adesão, mas pela conversão. A salvação
não meritória é um presente de Deus. Todos os nascidos e regenerados andam em
novidade de vida, produzem os frutos do Espírito e não vivem na prática do
pecado. Deus abençoe a todos.
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