Por Israel Costa Rodrigues
MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS
TEXTO ÁUREO
“Vós mesmos sabeis que, para o que me era
necessário, a mim e aos que estão comigo, estas mãos me serviram.” (Atos 20.34)
VERDADE PRÁTICA
É possível servir a Deus e aos outros por meio de
sua profissão aonde quer que você vá.
OBJETIVOS
I.
Relacionar a vida profissional de
Paulo com a ministerial;
II.
II. Explicar a expressão “Missionários
fazedores de tenda”;
III. III. Discutir Vocação, Profissão e Missões.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Atos 18. 1-5; 1 Ts 4. 11,12
INTRODUÇÃO
O autor da lição em comento, inicia o seu
comentário com alguns questionamentos importantes: “É preciso abandonar a
vocação profissional para exercer o chamado missionário? Só existe apenas um
modelo de chamado missionário? Chamado missionário e vida profissional são
irreconciliáveis?” Essas questões serão debatidas ao longo desta lição.
Acompanhe-nos nessa jornada!
I - A VIDA PROFISSIONAL DE PAULO E SUA VOCAÇÃO
MINISTERIAL
Na lição anterior, falamos da responsabilidade da
igreja com os missionários. Naquela oportunidade, citamos uma passagem de 1Co
9.14: “Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do
evangelho”. Por sua vez, a lição em análise faz uma abordagem da vida
ministerial com a profissional, tomando como exemplo o apóstolo dos gentios,
Paulo.
Em resposta à primeira pergunta feita
inicialmente, Paulo demonstrou que não era preciso abandonar a profissão para
exercer o chamado missionário (At 20.34; 1Ts 2.9). Paulo desempenhou um ofício
que garantia a sua manutenção diária, sem abrir mão do seu chamado missionário.
Muito provavelmente, o apóstolo estava agindo com prevenção, pois não queria
ser acusado pelos falsos apóstolos de ser mercenário (1 Co 9.16-18; 2 Co
11.9-12).
Mas, como o apóstolo Paulo conjugava a vida
profissional e ministerial? Paulo era fabricante de tendas. O escritor leciona
que: “A expressão ‘Fabricantes de tendas’ (skenopiós) é traduzida com mais
precisão por ‘trabalhadores em couro’. No costume judaico, todo menino deveria
aprender uma profissão. Paulo aprendeu a fazer tendas com couro de animais. O
conhecimento rabínico diz: ‘Quem não ensina um ofício a seu filho é como se o
tivesse criado para tornar-se um ladrão”.
Pois bem. Partindo desse pressuposto, o apóstolo
não fazia exigências financeiras às igrejas recém-implantadas. Em Corinto, por
exemplo, Paulo fez uma sociedade com o casal Áquila e Priscila, pois tinham o
mesmo ofício do apóstolo (At 18.1-5). Em 1Ts 4.11,12, ele dá conselhos aos
irmãos para que tratem dos seus próprios negócios e trabalhem com as suas
próprias mãos. Paulo preocupava-se com o julgamento dos de “fora” em relação à
obra.
Contudo, o autor da lição frisa que o apóstolo
incorporou o costume judaico que considera justo e legítimo receber ajuda
daqueles para quem ministravam. Nesse sentido, observamos tal recomendação em
Gl 6.6: “Aquele que é instruído na palavra deve repartir de todos os seus bens
com aquele que o instrui”. Concluímos este primeiro tópico reforçando que a
igreja tem a responsabilidade de cuidar de seus missionários, porém, é possível
relacionar a vida ministerial com a profissional.
No próximo tópico, discutiremos esse aspecto com
mais ênfase. Acompanhe-nos!
II - MISSIONÁRIOS FAZEDORES DE TENDAS
Segundo o autor, a expressão “fazedores de
tendas”, no contexto da missão, está relacionada àqueles que são chamados e
comissionados pela igreja para fazer missões. Todavia, isso se relaciona,
sobretudo, com aqueles que exercem uma profissão. Assim, todos os profissionais
liberais, servidores na administração pública, trabalhadores autônomos ou
funcionários de empresas privadas, que são servos de Cristo, fazem de suas
profissões campos de missões.
No livro de apoio, é assegurado, com maior
destaque, que a visão mais remota de missões consistia em abandonar os
trabalhos seculares. Havia um entendimento de que o missionário deveria viver
exclusivamente para a obra. Porém, esse entendimento tem perdido força. Em
primeiro lugar, porque temos um exemplo bíblico, Paulo; em segundo lugar,
porque em alguns países, permite-se a entrada de certos profissionais cristãos,
mas é proibida a entrada de missionários.
Nesse sentido, as missões se tornaram uma força
global, nas palavras do comentarista da lição. Vejam, o mundo globalizado, informatizado
e conectado por tecnologias, a revolução da IA (Inteligência Artificial), etc.,
fez surgir ao longo das últimas décadas novas profissões, novos postos de
trabalho, enquanto outros desapareceram. Esse dinamismo na mudança das coisas
favorece, de certo modo, a força missionária. O mercado não vê o missionário,
vê o profissional.
Desse modo, estudantes que fazem intercâmbio em
outras nações fechadas à pregação do evangelho abrem as portas para esses
alunos missionários. Outros profissionais da tecnologia, cientistas, médicos,
etc., são chamados para diversos trabalhos científicos de pesquisa. Então,
vejam, em cada um desses postos, a igreja tem a capacidade de anunciar o
evangelho da salvação.
Mas, qual será o preparo que os fazedores de
tenda devem ter? Nós concordamos que nem todo cristão que tem a oportunidade de
viajar a outros países, de trabalhar em uma empresa multinacional, de ser um
servidor público, faz daquela profissão um campo missionário. Muitas vezes (não
falo da maioria dos casos), mas uma parcela significativa desses profissionais
nem é reconhecida como serva de Cristo, tampouco se identifica como tal.
O apóstolo Paulo escreve ao jovem Timóteo (2 Tm
3.14-17) para que ele permaneça naquilo que aprendeu, que seja instruído para
toda boa obra. O profissional é reconhecido pelo bom serviço que presta; assim
também, o profissional-missionário deve ser preparado para fazer de seu ofício
um verdadeiro campo missionário. Essa é a porta aberta por Deus para que esse
profissional divulgue o evangelho de salvação.
Com isso, não estamos fazendo um apelo para que
esses homens de Deus quebrem o código de conduta da empresa ou a ética
profissional. Seu caráter e bom procedimento, bem como sua honestidade em si,
testemunham que são sal e luz da terra. No entanto, é necessário falar, dizer
que Jesus salva. Então, certamente o Espírito Santo de Deus fará surgir uma
situação propícia.
III- VOCAÇÃO, PROFISSÃO E MISSÕES
O autor da lição explica que “vocação vem do
latim vocatio, vocationis e significa chamamento, ato de chamar (vocare) ou
escolher, que supõe disposição ou aptidão inerente para algum ofício”. Todos
nós fomos chamados por Deus para fazer o Ide, nós fomos escolhidos por Deus
para levar a mensagem de salvação a todas as pessoas. Portanto, Deus nos
chamou, Ele nos capacita para toda boa obra.
Porém, é importante dizer que as pessoas que se
dedicam de modo exclusivo para esse fim, além dos requisitos bíblicos, de
conhecimento, reputação ilibada, amor, zelo, etc., passam por uma escola de
missões a fim de buscar melhor qualificação e preparo espiritual e intelectual.
Nem toda instituição religiosa dispõe de estrutura acadêmica para oferecer
esses cursos específicos.
Quando entendemos que, como servos de Deus, é
nossa obrigação anunciar o evangelho, se buscamos meios e formas de aprender e
se buscarmos o Espírito Santo, Ele nos dará a orientação necessária. Não
podemos perder de vista que o trabalho de missões é um ato de fé e coragem, e
não uma ação puramente intelectual. Quando fazemos do ato de anunciar o
evangelho parte da nossa vida diária, então posso afirmar que encontramos o
nosso propósito de vida.
É importante entender este ponto, como bem
destacou o comentarista da lição: “Deus chama profissionais para fazerem de
suas profissões um campo missionário”. Podemos afirmar sem hesitar que cada
crente em suas respectivas profissões é um missionário em potencial. No Antigo
Testamento, José, Moisés, Daniel, Ester, entre outros, não hesitaram em
anunciar os feitos do Deus de Israel a outras nações e povos. No Novo
Testamento, temos inúmeras pessoas que aproveitaram suas posições para anunciar
a Cristo.
Paulo tinha essa consciência da graça de Deus,
que, multiplicada por muitos, faria abundar a glória de Deus (2 Co 4.15). Aos
Romanos, ele escreve: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é
o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e
também do grego” (Romanos 1:16). Como seria bom se todos os profissionais
tivessem essa consciência. Paulo se orgulhava de pregar o evangelho.
CONCLUSÃO
Louvamos a Deus por você ter chegado até aqui.
Nesta lição, estudamos sobre missionários fazedores de tenda. Essa expressão é
um costume missionário para se referir às pessoas que são escolhidas para fazer
missões. Paulo é um exemplo de alguém que anunciou o evangelho sem deixar o seu
ofício, mostrando que é possível relacionar vida ministerial com a profissão.
Todos nós fomos chamados para esse grande
mistério. A força missionária vem dessa nova conjuntura, desse mundo
globalizado, em que o profissional cristão aproveita cada oportunidade para
falar de Cristo. Esta lição veio para lembrar-nos do nosso dever. Se você é
professor, lavrador, profissional liberal, servidor público, pedreiro,
mecânico, manicure, empresário, autônomo, etc., faça da sua profissão o seu
campo missionário.
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