I - Introdução
A Igreja de Cristo é
sabidamente uma das mais antigas instituições do mundo. Desde o seu nascimento
em Jerusalém, no dia de Pentecostes, ela se expandiu por todos os continentes,
consolidando terminantemente o seu caráter transnacional e mundial.
Embora se constitua espiritualmente
de um único corpo, encabeçado por Cristo, não raras vezes no correr da história,
os homens tentaram amordaçá-la a determinados contextos ou circunstâncias
temporais, as quais, por suas características próprias, são complexas, variadas
e efêmeras.
Atualmente, enfrenta-se um
caso similar. A polarização política, movimento de massas com potente força
convergente, faz sucumbir a um de seus polos estabelecidos, direita ou
esquerda, tudo o que se aproxima de seu horizonte de eventos. Tal é a sua prodigiosa
gravidade, que parece arremeter para si até mesmo a Igreja!
Não quero aqui, no entanto, tratar das ideologias que a informam e nem de suas características, coisas que fiz em outro lugar, para onde remeto o leitor[2]. Mas, almejo analisar, especificamente, o lugar e a atuação da Igreja no contexto de uma tal conjuntura.