Por Israel Rodrigues
MISSÕES E A IGREJA PERSEGUIDA
TEXTO ÁUREO:
E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão
perseguições. 2 Tm 3.12
VERDADE PRÁTICA:
Precisamos aprender com os cristãos
perseguidos aspectos da fé cristã que só eles conhecem devido à natureza da
opressão que eles experimentam.
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE
Ato 6.8,9,13,14; 8.1-4
OBJETIVOS
II. Explicar o contexto de perseguição na igreja primitiva;
II. Apresentar a perseguição cristã na atualidade;
III. Mostrar como podemos ajudar a igreja perseguida.
INTRODUÇÃO
A paz do Senhor. O tema da lição desta semana é Missões e a Igreja
Perseguida. Analisaremos esse tema sob três aspectos: a) a perseguição na
igreja primitiva; b) a perseguição na atualidade; b) formas de ajudar a igreja
na atualidade. Nos acompanhem nessa jornada. Sigam o nosso perfil.
I- A IGREJA NASCEU EM UM CONTEXTO DE PERSEGUIÇÃO
O que é perseguição no contexto missionário? O autor da lição propõe o
seguinte: “Podemos definir perseguição como o ato de assediar, oprimir,
dificultar ou negar os direitos fundamentais de ir e vir, torturar e/ou
executar pessoas com base em diferenças étnicas, políticas e religiosas”. Foi
nessas circunstâncias que a igreja primitiva nasceu, enfrentando perseguição,
assassinatos e muitas hostilidades.
O primeiro mártir da igreja primitiva foi Estêvão. Ele é mencionado em Atos
6, durante a instituição do diaconato. O texto descreve um homem de boa
reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria. Com essas qualidades, sete
homens foram escolhidos, incluindo Estêvão: Felipe, Prócoro, Nicanor, Timão,
Pármenas e Nicolau. Todos eles eram homens cheios do Espírito Santo de Deus.
Na leitura bíblica em classe, lemos o seguinte: “E Estêvão, cheio de fé e de
poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6.8). Esse cenário
foi perfeito para os inimigos do evangelho se levantarem contra aquele servo de
Deus (At 6.9). Então, subornaram homens para afirmarem que ouviram Estêvão
proferir palavras contra Moisés e contra Deus, incitaram o conselho do Sinédrio
e apresentaram testemunhas falsas.
Após essas acusações caluniosas, Estêvão fez um discurso, uma verdadeira
defesa da fé. No entanto, ele foi expulso da cidade e apedrejado até a morte
(At 7.59). Em suas últimas palavras, ele exclamou: “Senhor, não lhes imputes
este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”. Queridos, esse cenário, que aos
olhos humanos parece triste, foi na verdade o começo de uma história de sucesso
para o crescimento da obra e para o serviço missionário.
Com a morte de Estêvão, houve grande perseguição contra a igreja que estava
em Jerusalém, e todos foram dispersos, com exceção dos apóstolos (At. 8.1). O
detalhe é que essas pessoas, por onde iam, anunciavam o evangelho de Cristo (At
8.4). Vejam, ao mesmo tempo que a igreja era perseguida, ela também crescia. A
morte, o medo e a perseguição não pararam a igreja de Cristo.
Neste primeiro tópico, alcançamos nosso objetivo, que foi apresentar de modo
sucinto o contexto da perseguição na igreja primitiva. Apresentamos a escolha e
as circunstâncias em que ocorreu a morte do servo do Senhor, Estêvão. Além
disso, destacamos a perseguição que se seguiu após a morte daquele homem. A
igreja continua sendo perseguida atualmente, mas Deus está conosco e aqui
estamos, firmes e fortes. Louvado seja Deus!
II- A PERSEGUIÇÃO CRISTÃ NA ATUALIDADE
Na lição número 10, abordamos a Janela 10/40. Essa região corresponde a uma
área no formato de uma janela retangular que engloba um total de 68 nações.
Trata-se de uma área geográfica de difícil acesso, ou seja, de difícil
evangelização. De acordo com o Instituto Portas Abertas, dos 50 países que mais
perseguem a igreja, uma parte significativa encontra-se nessa janela. O mesmo
instituto informou, em 2022, que são mais de 360 milhões de cristãos que sofrem
algum tipo de perseguição religiosa.
Fica claro, no cenário acima descrito, que a perseguição é real. A igreja,
sobretudo os missionários, sofrem diariamente hostilidades quando estão atuando
no campo missionário. No entanto, não é apenas nesses países que há perseguição
religiosa. Somos atacados diariamente na nossa fé. A ameaça que nos cerca é
ideológica e cultural. Eu diria que esse tipo de perseguição é pernicioso, pois
não mostra sua verdadeira face, sua verdadeira intenção. A isso se soma os
ensinos teológicos que relativizam as doutrinas sagradas.
Na conjuntura política e cultural do ocidente, o meio utilizado para limitar
de algum modo a liberdade religiosa é a implementação de leis ou a sua
interpretação. O motivo é sempre “nobre” e “justo”, visando promover a inclusão
e a dignidade da pessoa humana, mas o fim é promover uma cultura anticristã. A
patrulha ideológica tomou conta da narrativa política, dos partidos, do ensino
nas universidades, etc. Tudo isso para romper, de algum modo, com a cultura
judaico-cristã.
A Constituição da República prevê, em seu artigo 5º, inciso VI: “É
inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre
exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos
locais de culto e a suas liturgias”. Esse artigo concede ao cidadão brasileiro
a liberdade de crer em qualquer divindade, a liberdade de expressar sua fé, bem
como realizar cultos e suas liturgias. Essa garantia é oriunda de um estado
laico que não adota uma religião oficial.
Todavia, conforme o apóstolo Paulo menciona em Efésios 6, nossa luta não é
contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades,
contra os príncipes das trevas deste século. Nos últimos anos, os cristãos têm
sofrido com interpretações de leis, sobretudo da Constituição da República, que
ferem de morte doutrinas centrais da fé cristã. Grupos políticos notadamente
contrários aos costumes cristãos têm chegado ao poder por meio do sufrágio
popular e não têm medido esforços para enfraquecer a cultura judaico-cristã.
Devemos ficar atentos, pois o inimigo de nossas almas não descansa. Jesus
Cristo chamou pessoas para fazer missões. Satanás, por outro lado, também tem
seus “missionários”. Ele é sagaz e usa pessoas influentes e poderosas para
fomentar seus planos malignos. Nossos irmãos da Janela 10/40 sofrem uma
perseguição radical de fundamentalismo religioso. Nós, por outro lado, sofremos
uma perseguição ideológica, psicológica, que se caracteriza por ser sutil e
perniciosa.
Neste segundo tópico, aprendemos que a perseguição cristã é atual, apesar de
estarmos no século 21. Fizemos um breve paralelo entre o oriente e o ocidente,
analisando alguns aspectos sobre o modo de perseguição cristã nessas duas
partes do globo. Observamos que o brasileiro tem liberdade religiosa, mas o
ativismo judicial, grupos políticos e o pensamento progressista não medem
esforços para romper com a cultura judaico-cristã. Acompanhe-nos no tópico 3.
III- COMO AJUDAR A IGREJA PERSEGUIDA
Queridos irmãos, pudemos observar até aqui que a perseguição é um fato que
teve início com a igreja primitiva, com o mártir Estêvão, e persiste até os
dias atuais. A questão é: como ajudar a igreja perseguida? O autor da lição
destaca três pontos relevantes: a) conhecer a gravidade da situação; b) orar
pela igreja perseguida; c) envolver-se na causa da igreja perseguida.
No primeiro caso, qual seja, conhecer a real situação da igreja perseguida,
segundo o comentarista, não é tão fácil saber da real situação em relação ao
contexto da perseguição religiosa. Isso porque, os organismos internacionais
não apontam o número de pessoas cristãs que sofrem perseguição, não há nenhum
esforço nesse sentido. As informações confiáveis são repassadas por
instituições não governamentais, a exemplo do SENAMI, MISSÃO PORTAS ABERTAS,
dentre outros.
Conhecer a realidade de nossos irmãos é indispensável. Em relação ao nosso
contexto social, político e cultural, é importante que cada cristão tome
conhecimento das discussões que tramitam no Congresso Nacional e no cenário da
educação de nossos filhos. Além disso, é importante que a igreja, que também
escolhe seus governantes, o faça com discernimento, escolhendo pessoas com
princípios e valores cristãos.
Em segundo lugar, temos a oração. A oração feita por um justo pode muito em
seus efeitos (Tg 5:16). Já mencionamos outras vezes aqui que a oração se
constitui em uma ferramenta de fé e de ação. Ela não está restrita, pode ser
feita em qualquer lugar, em silêncio, falando, cantando, etc.
Aos Efésios, o apóstolo Paulo escreveu o seguinte: “orando em todo o tempo
com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a
perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6:18). Ele pedia orações para
que, ao abrir a boca, Deus lhe desse a palavra com confiança, para que assim
ele pudesse tornar notório o conhecimento do mistério do evangelho. Irmãos, a
oração exercita o crente a viver o amor e a empatia cristã. A prática da oração
nos leva ao terceiro item.
Sem a prática da oração, eu acrescentaria, também a contribuição, torna-se
difícil para o cristão ter um envolvimento saudável com a causa missionária. O
autor coloca a esse respeito o seguinte: “quando nos dispomos a orar pelos
cristãos perseguidos, já começamos a nos envolver com a causa da igreja
perseguida”. A oração é bíblica, Jesus ensinou a orar, orar é uma decisão
pessoal, é iniciativa privada do indivíduo que quer se aproximar mais de Deus,
abrindo, portanto, um canal direto de comunicação com Deus.
CONCLUSÃO
Graças a Deus, chegamos ao final de mais uma lição. Aqui aprendemos sobre o
contexto da perseguição na igreja primitiva, sobre a atualidade da perseguição
no século 21 e o modo como podemos contribuir com a igreja perseguida. Agradeço
aos irmãos que chegaram até aqui. Que Deus possa abençoá-los grandemente. Até a
próxima lição.
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