terça-feira, 5 de dezembro de 2023

Comentário da Lição 11- EBD- Revista de Adulto - 4º. Trimestre, 10/12/23

 Por Israel Rodrigues


MISSÕES E A IGREJA PERSEGUIDA


TEXTO ÁUREO:

E também todos os que piamente querem viver em Cristo Jesus padecerão perseguições. 2 Tm 3.12

VERDADE PRÁTICA:

 Precisamos aprender com os cristãos perseguidos aspectos da fé cristã que só eles conhecem devido à natureza da opressão que eles experimentam.

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE

Ato 6.8,9,13,14; 8.1-4

OBJETIVOS

II. Explicar o contexto de perseguição na igreja primitiva; 

II. Apresentar a perseguição cristã na atualidade; 

III. Mostrar como podemos ajudar a igreja perseguida.

INTRODUÇÃO

A paz do Senhor. O tema da lição desta semana é Missões e a Igreja Perseguida. Analisaremos esse tema sob três aspectos: a) a perseguição na igreja primitiva; b) a perseguição na atualidade; b) formas de ajudar a igreja na atualidade. Nos acompanhem nessa jornada. Sigam o nosso perfil.

I- A IGREJA NASCEU EM UM CONTEXTO DE PERSEGUIÇÃO

O que é perseguição no contexto missionário? O autor da lição propõe o seguinte: “Podemos definir perseguição como o ato de assediar, oprimir, dificultar ou negar os direitos fundamentais de ir e vir, torturar e/ou executar pessoas com base em diferenças étnicas, políticas e religiosas”. Foi nessas circunstâncias que a igreja primitiva nasceu, enfrentando perseguição, assassinatos e muitas hostilidades.

O primeiro mártir da igreja primitiva foi Estêvão. Ele é mencionado em Atos 6, durante a instituição do diaconato. O texto descreve um homem de boa reputação, cheio do Espírito Santo e de sabedoria. Com essas qualidades, sete homens foram escolhidos, incluindo Estêvão: Felipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau. Todos eles eram homens cheios do Espírito Santo de Deus.

Na leitura bíblica em classe, lemos o seguinte: “E Estêvão, cheio de fé e de poder, fazia prodígios e grandes sinais entre o povo” (At 6.8). Esse cenário foi perfeito para os inimigos do evangelho se levantarem contra aquele servo de Deus (At 6.9). Então, subornaram homens para afirmarem que ouviram Estêvão proferir palavras contra Moisés e contra Deus, incitaram o conselho do Sinédrio e apresentaram testemunhas falsas.

Após essas acusações caluniosas, Estêvão fez um discurso, uma verdadeira defesa da fé. No entanto, ele foi expulso da cidade e apedrejado até a morte (At 7.59). Em suas últimas palavras, ele exclamou: “Senhor, não lhes imputes este pecado. E, tendo dito isto, adormeceu”. Queridos, esse cenário, que aos olhos humanos parece triste, foi na verdade o começo de uma história de sucesso para o crescimento da obra e para o serviço missionário.

Com a morte de Estêvão, houve grande perseguição contra a igreja que estava em Jerusalém, e todos foram dispersos, com exceção dos apóstolos (At. 8.1). O detalhe é que essas pessoas, por onde iam, anunciavam o evangelho de Cristo (At 8.4). Vejam, ao mesmo tempo que a igreja era perseguida, ela também crescia. A morte, o medo e a perseguição não pararam a igreja de Cristo.

Neste primeiro tópico, alcançamos nosso objetivo, que foi apresentar de modo sucinto o contexto da perseguição na igreja primitiva. Apresentamos a escolha e as circunstâncias em que ocorreu a morte do servo do Senhor, Estêvão. Além disso, destacamos a perseguição que se seguiu após a morte daquele homem. A igreja continua sendo perseguida atualmente, mas Deus está conosco e aqui estamos, firmes e fortes. Louvado seja Deus!

II- A PERSEGUIÇÃO CRISTÃ NA ATUALIDADE

Na lição número 10, abordamos a Janela 10/40. Essa região corresponde a uma área no formato de uma janela retangular que engloba um total de 68 nações. Trata-se de uma área geográfica de difícil acesso, ou seja, de difícil evangelização. De acordo com o Instituto Portas Abertas, dos 50 países que mais perseguem a igreja, uma parte significativa encontra-se nessa janela. O mesmo instituto informou, em 2022, que são mais de 360 milhões de cristãos que sofrem algum tipo de perseguição religiosa.

Fica claro, no cenário acima descrito, que a perseguição é real. A igreja, sobretudo os missionários, sofrem diariamente hostilidades quando estão atuando no campo missionário. No entanto, não é apenas nesses países que há perseguição religiosa. Somos atacados diariamente na nossa fé. A ameaça que nos cerca é ideológica e cultural. Eu diria que esse tipo de perseguição é pernicioso, pois não mostra sua verdadeira face, sua verdadeira intenção. A isso se soma os ensinos teológicos que relativizam as doutrinas sagradas.

Na conjuntura política e cultural do ocidente, o meio utilizado para limitar de algum modo a liberdade religiosa é a implementação de leis ou a sua interpretação. O motivo é sempre “nobre” e “justo”, visando promover a inclusão e a dignidade da pessoa humana, mas o fim é promover uma cultura anticristã. A patrulha ideológica tomou conta da narrativa política, dos partidos, do ensino nas universidades, etc. Tudo isso para romper, de algum modo, com a cultura judaico-cristã.

A Constituição da República prevê, em seu artigo 5º, inciso VI: “É inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Esse artigo concede ao cidadão brasileiro a liberdade de crer em qualquer divindade, a liberdade de expressar sua fé, bem como realizar cultos e suas liturgias. Essa garantia é oriunda de um estado laico que não adota uma religião oficial.

Todavia, conforme o apóstolo Paulo menciona em Efésios 6, nossa luta não é contra a carne e o sangue, mas sim contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século. Nos últimos anos, os cristãos têm sofrido com interpretações de leis, sobretudo da Constituição da República, que ferem de morte doutrinas centrais da fé cristã. Grupos políticos notadamente contrários aos costumes cristãos têm chegado ao poder por meio do sufrágio popular e não têm medido esforços para enfraquecer a cultura judaico-cristã.

Devemos ficar atentos, pois o inimigo de nossas almas não descansa. Jesus Cristo chamou pessoas para fazer missões. Satanás, por outro lado, também tem seus “missionários”. Ele é sagaz e usa pessoas influentes e poderosas para fomentar seus planos malignos. Nossos irmãos da Janela 10/40 sofrem uma perseguição radical de fundamentalismo religioso. Nós, por outro lado, sofremos uma perseguição ideológica, psicológica, que se caracteriza por ser sutil e perniciosa.

Neste segundo tópico, aprendemos que a perseguição cristã é atual, apesar de estarmos no século 21. Fizemos um breve paralelo entre o oriente e o ocidente, analisando alguns aspectos sobre o modo de perseguição cristã nessas duas partes do globo. Observamos que o brasileiro tem liberdade religiosa, mas o ativismo judicial, grupos políticos e o pensamento progressista não medem esforços para romper com a cultura judaico-cristã. Acompanhe-nos no tópico 3.

III- COMO AJUDAR A IGREJA PERSEGUIDA

Queridos irmãos, pudemos observar até aqui que a perseguição é um fato que teve início com a igreja primitiva, com o mártir Estêvão, e persiste até os dias atuais. A questão é: como ajudar a igreja perseguida? O autor da lição destaca três pontos relevantes: a) conhecer a gravidade da situação; b) orar pela igreja perseguida; c) envolver-se na causa da igreja perseguida.

No primeiro caso, qual seja, conhecer a real situação da igreja perseguida, segundo o comentarista, não é tão fácil saber da real situação em relação ao contexto da perseguição religiosa. Isso porque, os organismos internacionais não apontam o número de pessoas cristãs que sofrem perseguição, não há nenhum esforço nesse sentido. As informações confiáveis são repassadas por instituições não governamentais, a exemplo do SENAMI, MISSÃO PORTAS ABERTAS, dentre outros.

Conhecer a realidade de nossos irmãos é indispensável. Em relação ao nosso contexto social, político e cultural, é importante que cada cristão tome conhecimento das discussões que tramitam no Congresso Nacional e no cenário da educação de nossos filhos. Além disso, é importante que a igreja, que também escolhe seus governantes, o faça com discernimento, escolhendo pessoas com princípios e valores cristãos.

Em segundo lugar, temos a oração. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos (Tg 5:16). Já mencionamos outras vezes aqui que a oração se constitui em uma ferramenta de fé e de ação. Ela não está restrita, pode ser feita em qualquer lugar, em silêncio, falando, cantando, etc.

Aos Efésios, o apóstolo Paulo escreveu o seguinte: “orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” (Ef 6:18). Ele pedia orações para que, ao abrir a boca, Deus lhe desse a palavra com confiança, para que assim ele pudesse tornar notório o conhecimento do mistério do evangelho. Irmãos, a oração exercita o crente a viver o amor e a empatia cristã. A prática da oração nos leva ao terceiro item.

Sem a prática da oração, eu acrescentaria, também a contribuição, torna-se difícil para o cristão ter um envolvimento saudável com a causa missionária. O autor coloca a esse respeito o seguinte: “quando nos dispomos a orar pelos cristãos perseguidos, já começamos a nos envolver com a causa da igreja perseguida”. A oração é bíblica, Jesus ensinou a orar, orar é uma decisão pessoal, é iniciativa privada do indivíduo que quer se aproximar mais de Deus, abrindo, portanto, um canal direto de comunicação com Deus.

CONCLUSÃO

Graças a Deus, chegamos ao final de mais uma lição. Aqui aprendemos sobre o contexto da perseguição na igreja primitiva, sobre a atualidade da perseguição no século 21 e o modo como podemos contribuir com a igreja perseguida. Agradeço aos irmãos que chegaram até aqui. Que Deus possa abençoá-los grandemente. Até a próxima lição.

 

 

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